ORIGEM
DO MMA
Mixed
Martial Artes (Artes Marciais Misturadas), ou MMA como é popularmente
conhecido, é um esporte de contato que surgiu a partir da vontade de se
descobrir qual era a arte marcial mais efetiva. As suas regras permitem a
utilização da mistura de diferentes artes marciais, incluindo socos, chutes e
técnicas de grappling, tanto de pé quanto no solo.
Hoje,
o MMA é um dos esportes que mais crescem, e isso se deve à maior organização de
MMA do planeta, a Ultimate Fighting Championship (UFC), que realizou o primeiro
evento de MMA moderno em 1993, e hoje já está avaliada em mais de 1 bilhão de
dólares.
Uma
das primeiras formas esportivas de luta desarmada com o mínimo de regras foi o
pankration grego, introduzido nos Jogos Olímpicos de 648 a.C. onde várias
cidades como Roma, receberam estátuas para homenagear os lutadores famosos desta
modalidade.
Eventos
de vale-tudo começaram a ocorrer a partir de 1800, onde lutadores dos mais
variados estilos de lutas se reuniam para torneios e jogos em toda a Europa.
A
arte marcial chamada de Bartitsu é uma forma antiga de MMA, fundada em Londres
em 1899, combinando estilos asiáticos e europeus e que organizava eventos
parecidos com o MMA moderno por toda a Inglaterra.
Na
Europa, eram comuns eventos mistos de boxe VS jujútsu (como era conhecido o Jiu
Jitsu) como uma forma de entretenimento popular, por volta de 1900, conhecidos
como Merikan, que na gíria japonesa significava americanos lutando.
Os
eventos de Merikan tinham uma variedade de regras incluindo decisão por pontos,
melhor de três derrubadas ou knockdowns, e vitória por knockout (K.O) ou
finalização (ato de aplicar um golpe que impeça o movimento do adversário,
causando dor e ou levando a perda de consciência. Ao sofrer uma finalização o
lutador geralmente “bate” a fim de avisar ao oponente que este se dá por
vencido. Ao bater o lutador foi finalizado).
O
Wrestling Profissional “morreu” após a Primeira Guerra Mundial e renasceu em
duas formas diferentes: “shoot”, no qual os lutadores realmente lutavam, e
“show”, no qual o espetáculo era mais importante. Deu origem aos eventos de
wrestling atuais como WWF e etc.
Merchandising:
NO BRASIL
As
lutas de vale-tudo no Brasil começaram na década de 30 com os irmãos Carlos e
Hélio Gracie.
Praticantes e responsáveis pela disseminação do jiu-jitsu no
país, desenvolveram o habito de desafiar mestres de outras artes márcias para
lutas sem regras e limite de tempo como forma de provar a superioridade do
jiu-jitsu sobre as outras artes, para chamar a atenção da população em geral
para a prática dessa modalidade.
Esses
duelos duraram muitos anos, por alunos graduados pela família Gracie. Pode-se
dizer até certo ponto que a origem do vale-tudo se deu principalmente a partir
da rivalidade entre jiu-jitsu e luta livre.
UFC
Foi
uma ideia inicial de Rorion Gracie para promover o jiu-jitsu nos Estados
Unidos, onde sua intenção era, na verdade, mostrar o jiu-jitsu como arte
marcial mais dominante para atrair mais alunos.
Seu
objetivo foi atingido, e ele venceu três das quatro primeiras edições do UFC.
No entanto, problemas foram surgindo juntamente com as novas edições, tais como
lutas com duração maior do que o tempo designado para o pay-per-view,
impossibilitando assim os compradores de ver o fim da luta. Além disso, a
brutalidade gerou reação negativa na sociedade norte-americana, sendo a sua
exibição proibida em alguns estados.
O
senador do Arizona John McCain foi um dos maiores combatentes do UFC, chegou a
classificar o UFC como uma “briga de galo entre homens”. Ele conseguiu que o
UFC fosse banido na maioria dos estados americanos, passando a ser um esporte
do gueto, sustentado por fãs.
Com
o surgimento do Pride no Japão, os lutadores passaram a ver melhores condições e
partiram para o Japão, aonde as lutas são culturalmente valorizadas. Com isso,
o futuro do UFC não parecia nada bom.
O
renascimento do UFC iniciou com a regulamentação do esporte pela comissão atlética
de New Jersey, abolindo o nome de vale-tudo e adotando MMA. Inseriram-se
regras, e novos estados foram aderindo ao MMA. O primeiro evento sob as novas
regras foi o UFC 28, em Atlantic City.
Entretanto,
o Semaphore Entertainment Group estava enterrado em dívidas em razão do UFC e,
pouco antes do UFC 30, vendeu a organização para a Zuffa LLC, empresa formada
pelos irmãos Frank e Lorenzo Fertitta, donos de alguns cassinos em Lãs Vegas, e
Dana White, amigo de adolescência dos Fertitta e até então empresário da maior
estrela do UFC na época, o meio-pesado Tito Ortiz. Dana White também era
empresário do futuro campeão e maior estrela do MMA mundial, o também
meio-pesado Chuck Liddell.
Sob o
comando da Zuffa, o UFC começou a realizar eventos em pay-per-view e, embora
obtendo relativo sucesso se comparado a SEG, ainda assim não conseguia dar
lucro aos proprietários. Os irmãos Fertitta, proprietários de 90% da marca,
continuavam a colocar o próprio dinheiro no evento para mantê-lo funcionando.
Isso ocorreu até o UFC 44, quando os gastos se tornaram grande demais e eles
deram o aval para que Dana White, então presidente do UFC e com apenas 10% das
ações, procurasse um comprador para o evento.
Dana
White procurou alguns compradores para o UFC, mas sem nenhum sucesso. Então,
resolveram dar uma última cartada e apostar em um reality show chamado The
Ultimate Fighter, em parceria com o canal americano Spike TV.
Basicamente,
o reality show consistia em colocar 16 lutadores de duas categorias de peso
diferentes que se enfrentariam até que um campeão fosse obtido em cada
categoria. Os campeões seriam então premiados com um contrato com o UFC num
valor superior a US$ 100.000,00.
A
transmissão das lutas finais se deu em 9 de abril de 2005. Diego Sanchez se
sagrou o campeão dos pesos médios, mas a grande surpresa da noite ainda estava
por vir. Em uma luta absolutamente franca e emocionante, Forrest Griffin e
Stephan Bonnar deram um grande show de raça e trocaram golpes nos três rounds,
com Forrest Griffin se sagrando o campeão.
Tamanha a
disposição mostrada pelos lutadores, o UFC resolveu premiar ambos com um
contrato. Como foi transmitida gratuitamente pela Spike TV, a luta conseguiu
audiência nunca antes atingida pelo UFC, aumentando imediatamente o interesse
pelo esporte nos Estados Unidos. Dana White e os irmãos Fertitta até hoje
definem a primeira luta entre Forrest Griffin e Stephan Bonnar como a luta que
salvou o UFC da falência.
O esporte
atingiu um novo pico de popularidade na América do Norte em 2006 quando foi
realizado o rematch
entre o então campeão Chuck Liddell e o ex-campeão Tito Ortiz. O lucro das
vendas do PPV da luta rivalizou os maiores eventos de boxe de todos os tempos.
Em 2007, a Zuffa LLC, os proprietários do UFC, compraram o rival japonês PRIDE,
fundindo os lutadores contratados sob uma única organização.
PRIDE
FC
Surgiu
em 1997 no Japão, depois do sucesso internacional do UFC, com uma nova
estrutura e uma proposta diferente, contando com o apoio dos fãs japoneses. Seu
preceito básico era aceitar qualquer arte marcial praticada em qualquer escola
de lutas do mundo, tentando transformar a luta em um esporte reconhecido e
organizado.
Os
japoneses criaram uma estrutura gigante em ginásios do país para abrigar os
eventos do Pride, tornando-se a utilização de ringues normais uma grande
diferença com o UFC, que utiliza o octógon.
Assim
como o UFC, o Pride se internacionalizou, e foi no seu ringue que grandes
lutadores brasileiros fizeram seus nomes: Wanderlei
Silva, Rodrigo Minotauro, Rickson Gracie, etc.
Os
organizadores do Pride investiram em regras para possibilitar lutas mais
justas, onde apenas força e técnica contam.
Um
dos campeonatos realizados pela Pride em 2002 e reuniu mais de 91 mil pessoas
no estádio Tokyo National Stadium.
No
dia 08 de Abril de 2007, foi travado uma luta entre UFC e Pride, por Monson e
Fujita respectivamente, onde Fujita foi abatido no ringue montado no Saitama
Super Arena, no Japão. Essa luta retrata a derrota da Pride Japonesa para o UFC
Americano, tanto que o marketing da luta girou em torno do duelo das duas
maiores promotoras de vale tudo do mundo.
Após
o ocorrido, não demorou muito para a Pride ser comprada pela UFC por US$ 70
milhões de dólares. O presidente da UFC comprou a Pride com a promessa de
continuar a tocar o evento, no entanto isso nunca aconteceu.
REGRAS
1. Rounds
Cada round deve ter cinco minutos de duração, com um
minuto de intervalo para descanso entre eles. Lutas por títulos podem ser
sancionadas para cinco rounds, mas lutas
comuns não devem exceder o total de três rounds. Esta regra
vale tanto para lutas masculinas como femininas.
Obs.: A
partir do segundo semestre de 2011, lutas de cinco rounds sem disputa de cinturão passaram a ser
aceitas. O movimento começou nas lutas principais do UFC a partir da edição 138.
2.
Trajes
Os
competidores devem lutar trajando shorts aprovados, sem nenhum tipo de calçado.
Tornozeleiras e joelheiras são permitidas. Camisetas, rashguards, camisas de quimono ou calças de qualquer
espécie (inclusive de quimonos) não são permitidas.
Os lutadores devem utilizar luvas leves (de 4 a 6
onças), que deixam os dedos livres. As luvas devem ser novas e entregues em
perfeitas condições pelo promotor do evento e aprovadas pela Comissão Atlética
local, ou serão substituídas. Nenhum competidor pode usar suas próprias luvas.
Em todas
as categorias de peso as bandagens das mãos dos competidores devem ser
restritas a gazes leves, com no máximo 15 jardas (13,7m) de comprimento por 2
polegadas (5cm) de largura, afixada por esparadrapo cirúrgico de, no máximo, 10
pés (3m) por uma polegada (2,5cm) de largura, para cada mão. As bandagens devem
ser postas no vestiário, na presença de um inspetor e do cornerman chefe do oponente. Sob nenhuma
circunstância as luvas de um lutador podem ser colocadas antes de receber aprovação
do inspetor.
Todos os
competidores devem usar protetor bucal durante as lutas. O aparato será
inspecionado e aprovado pelo médico presente ao evento. Um round não pode começar sem o protetor no lugar. Se
o protetor cair involuntariamente, o árbitro deve pedir tempo, limpá-lo e
reinseri-lo na boca do competidor que a perdeu no primeiro momento oportuno,
sem interferir na ação imediata.
Lutadores devem usar protetor genital (coquilha),
de tipo aprovado pelo comissário presente. Lutadoras são proibidas de usar
protetor genital. Elas devem usar protetor de seios, igualmente aprovados pelo
comissário.
Jóias ou piercings são proibidos durante um combate.
Árbitros ou inspetores das comissões devem
verificar o comprimento de todas as unhas dos lutadores antes de um combate.
3.
Equipamentos
Em cada
luta o organizador deve fornecer um balde limpo e uma garrafa de plástico limpa
para água para cada corner.
Um banco
aprovado pelo comissário presente deve ser fornecido para cada competidor. Um
número apropriados de bancos ou cadeiras, aprovados pelo comissário, devem ser
fornecidos em números suficientes para cada cornermen de
cada lutador e devem ser posicionadas próximas ao corner do lutador. Os bancos e cadeiras devem ser
limpos ou substituídos após cada luta.
Depois da
polêmica gerada na luta entre Georges St-Pierre e BJ Penn no UFC 94, a ABC Boxing proibiu o uso de
gordura corporal externa, géis, bálsamos, loções, óleos ou quaisquer outras
substâncias a serem aplicadas aos cabelos, corpo ou face dos atletas. Isto
inclui o uso excessivo de água para tornar o atleta escorregadio. No entanto a
vaselina deve ser aplicada apenas na face, do lado de fora do ringue ou cage, na presença de um inspetor, árbitro ou pessoa
designada pela comissão atlética.
O atleta que aplicar qualquer coisa diferente de
vaselina nos modos citados acima poderá ter um ponto descontado ou ficar
sujeito à derrota por desclassificação.
4. Arbitragem
e critérios de julgamento
O árbitro e o médico do evento são os únicos
indivíduos que podem interromper uma luta e únicos autorizados a entrar na área
de combate a qualquer momento.
Os juízes
devem avaliar as técnicas dos competidores, como trocações efetivas (número total de golpes
lançados por um competidor e a contundência deles), agarramentos efetivos(quantidade de quedas e reversões
com sucesso executadas por um competidor, por exemplo, queda da posição em pé
para a montada ou guardas ativas para os lutadores que atuam na guarda), controle da área de luta (julgamento de quem está
controlando ritmo e posição da luta, por exemplo, com tentativas de quedas para
forçar a luta no chão, passagem de guarda para conseguir posição de montada,
impedir uma tentativa de queda permanecendo em pé e usando trocação legal, e
avaliação da criação de oportunidades para golpear o adversário),agressividade efetiva (lutar se movendo em direção
ao oponente e disparando golpes legais) e defesa (evitar
ser quedado, atingido por trocação ou raspado). A ordem colocada anteriormente
define o peso de cada feito avaliado. Se uma luta passa maior parte do tempo de
um round no chão, os dois primeiros itens (trocações
e agarramentos efetivos) são invertidos na prioridade.
O sistema
de 10 pontos por round deve ser adotado em
todas as lutas. Três juízes marcam o placar em cada round, quando o vencedor daquele round leva 10 pontos e o perdedor, 9 ou menos.
Caso um juiz considere que um round terminou
empatado (nenhum lutador claramente obteve vantagem), deve atribuir 10 pontos
para cada lutador.
Um round deve ser apontado como 10-9 quando um
lutador domina o adversário por pequena margem, utilizando técnicas de trocação
ou luta agarrada. Um 10-8 deve ser apontado quando um lutador domina o
adversário de modo esmagador, utilizando técnicas de trocação ou luta agarrada.
Já o 10-7 deve ser apontado quando um lutador domina completamente o
adversário, utilizando técnicas de trocação ou luta agarrada.
Em New
Jersey o placar mínimo que um lutador pode receber num round é 7. Em outros locais este valor pode mudar.
A ABC
Boxing recomenda que as comissões atléticas promovam cursos de preparação e
reciclagem de árbitros centrais e juízes laterais. Os materiais dos cursos
devem ser enviados à ABC Boxing para aprovação prévia. O documento de revisão
das Regras Unificadas determina ainda que devem ser abordados nos cursos os
critérios para julgar um round como
10-8, bem como apontar um empate em 10-10.
5. Técnicas
permitidas
São
permitidos golpes com o cotovelo, exceto se forem aplicados de cima para baixo.
Aperfeiçoamentos das regras unificadas atualmente permitem qualquer tipo de
ataque com cotovelos, exceto nas áreas do corpo cujo contato não
é permitido.
Golpes que atingem a orelha são aceitos.
6. Advertências
As seguintes manobras são passíveis de advertência
pelo árbitro do combate. Se um competidor insistir com a infração, a
advertência vira punição, que pode ser perda de ponto até desclassificação.
Ø Segurar
ou se pendurar nas cordas ou grades;
Ø Segurar
as luvas ou shorts do oponente;
Ø Presença
de mais de um cornerman no perímetro da área
de luta.
7. Faltas
São consideradas faltas no MMA:
Ø Dar
cabeçada no adversário;
Ø Colocar o
dedo no olho do adversário;
Ø Morder ou
cuspir no adversário;
Ø Puxar os
cabelos do adversário;
Ø Agarrar o
adversário pela boca;
Ø Atacar a
região genital do oponente;
Ø Intencionalmente
colocar um dedo em qualquer orifício do oponente;
Ø Golpear
com o cotovelo de cima para baixo;
Ø Manipular
juntas pequenas;
Ø Golpear a
espinha ou parte de trás da cabeça do oponente (até o topo da orelha e o ápice
da coroa);
Ø Golpear
os rins com os calcanhares;
Ø Qualquer
golpe à garganta;
Ø Agarrar,
beliscar, torcer a pele ou carne;
Ø Agarrar a
clavícula;
Ø Chutar a
cabeça de um adversário caído;
Ø Aplicar
joelhadas na cabeça de um adversário caído;
Ø Pisar em
um adversário caído;
Ø Utilizar
linguagem abusiva no ringue ou octógono;
Ø Utilizar
conduta antidesportiva que possa machucar o adversário;
Ø Atacar um
oponente no intervalo;
Ø Atacar um
oponente quando este está sob cuidados do árbitro;
Ø Timidez
(evitar contato, intencionalmente derrubar o protetor bucal ou simular
contusão);
Ø Interferência
de um cornerman;
Ø Arremessar
um oponente para fora da área de luta;
Ø Desrespeitar
as instruções dadas pelo árbitro;
Ø Arremessar o adversário contra a lona sobre a
cabeça ou coluna dele (bate-estaca);
Uma falta
resulta em dedução de um ponto na contagem oficial dos juízes. Apenas o árbitro
pode apontar uma falta. Se o árbitro não indicar uma falta (interromper a luta,
verificar a condição do competidor que sofreu a infração e notificar
verbalmente aos cornermen e juízes), um juiz
não pode levar o fato em consideração ao apontar o placar do round. Um competidor que sofreu uma falta tem até cinco minutos para se recuperar. Um competidor é desclassificado ao cometer três das faltas acima ou se o árbitro julgar que pelo menos uma delas foi feita intencionalmente e de modo
flagrante.
8. Contusões
obtidas durante o combate
Se uma
contusão sofrida por manobra legal for severa o suficiente para encerrar a
luta, o competidor machucado perde por nocaute técnico.
Se a
contusão for sofrida por manobra ilegal (um dos fatores do item 7) e severa o
suficiente para encerrar a luta, o competidor que causou a contusão perde por desclassificação.
Se uma contusão for sofrida por manobra ilegal mas
a luta prossegue, o árbitro avisa aos juízes que descontem um ponto do
infrator.
Se uma
contusão sofrida por manobra ilegal acidental for severa demais e causar a
interrupção da luta pelo árbitro, a luta deve resultar em no contest se for interrompida antes de
completar dois rounds disputados (em lutas de
3) ou antes de completados três rounds (em
lutas de 5). Após este limite, o placar dos juízes até o momento definirá o
vencedor por decisão técnica.
Não
existe pontuação em um round não
terminado, apenas dedução de pontos decorrentes de infrações.
9. Tipos de
resultados de uma luta
Uma luta pode ter apenas um dos seguintes tipos de
resultados:
Ø Submissão (finalização):
Por Desistência: quando um lutador usa sua mão para indicar que não deseja mais
continuar
Por Desistência verbal: quando um lutador anuncia verbalmente que não deseja
mais continuar
Ø Submissão
técnica: quando o árbitro interrompe a luta mesmo sem que o derrotado tenha
indicado desejo de parar (utilizado normalmente em casos de desfalecimento)
Ø Nocaute
técnico:
Por interrupção da luta pelo árbitro
Por interrupção da luta pelo médico (quando uma contusão causada por manobra
legal for severa demais, suficiente para interromper a luta).
Ø Decisão:
Unânime, quando os três juízes apontam o mesmo vencedor ao final dos rounds regulamentares
Dividida, quando dois juízes apontam um lutador como vencedor e o terceiro juiz
aponta o outro lutador como vencedor
Majoritária, quando dois juízes apontam um lutador como vencedor e o terceiro
juiz aponta empate
Ø Empate:
Unânime, quando os três juízes indicam empate ao final dos rounds regulamentares
Majoritário, quando dois juízes indicam empate e o terceiro aponta um vencedor
Dividido, quando todos os juízes indicam resultados diferentes que somam empate
Técnico, quando os dois lutadores se machucam e não conseguem prosseguir no
combate (casos de nocaute duplo)
- Desclassificação, conforme explicado no item 8.
- No contest, conforme explicado no item 8.
10. Condutas
gerais
Os
lutadores serão submetidos a exames de controle de doping por esteróides ou outra substância ilegal
qualquer.
11. Requerimentos
da NJAC
Os lutadores devem ser licenciados pela NJAC,
sujeitos aos critérios de licenciamento da mesma. As taxas de licenciamento são
definidas pela NJAC.
Todos os eventos de MMA estão sujeitos à presença
de inspetores da NJAC.
Todos os eventos de MMA devem atender aos
procedimentos médicos definidos pela NJAC, devem fornecer equipamentos médicos
e facilidades de emergência, conforme definição da NJAC, além de atender aos
requerimentos de seguros definidos pela NJAC.
12. Pesagem e
Categorias de pesos
As pesagens devem obedecer aos critérios definidos
pela NJAC para os lutadores profissionais. Foram definidas as seguintes
categorias de peso, com seus respectivos limites:
Peso mosca (flyweight), abaixo de 57kg (125,9 libras)
Peso galo (bantamweight), entre 57,1kg (126lbs) até
61,1kg (134,9lbs)
Peso pena (featherweight), entre 61,2kg (135lbs) até
65,7kg (144,9lbs)
Peso leve (lightweight), entre 65,8kg (145lbs) até
70,2kg (154,9lbs)
Peso meio-médio (welterweight), entre 70,3kg (155lbs)
até 77kg (169,9lbs)
Peso médio (middleweight), entre 77,1kg (170lbs) até
83,7kg (184,9lbs)
Peso meio-pesado (light heavyweight), entre 84kg
(185lbs) até 92,9kg (204,9lbs)
Peso pesado (heavyweight), entre 93kg (205lbs) até
120,1kg (264,9lbs)
Peso superpesado (super heavyweight), acima de 120,2kg
(265lbs)
Apesar de não constar oficialmente nas regras, as
comissões atléticas permitem, com anuência da ABC Boxing, tolerância de uma
libra (cerca de 450g) acima do limite estabelecido da categoria em lutas que
não valem cinturão, desde que esteja literalmente definido no contrato assinado
pelos atletas.
As
comissões também podem sancionar lutas em pesos combinados (catchweight). Não existe limite para estes pesos
combinados, que são analisados de acordo com cada situação. As entidades também
precisam divulgar aos promotores qual a maior diferença de peso tolerável entre
dois adversários para cada categoria de peso.
OS
RISCOS DENTRO DO ESPORTE
Segundo
artigo publicado por T. Kochhar, D. Voltar L, B. Mann, J. Skinner (2004, British Journal Of Sports Medicine), a maioria
dos ataques são geralmente decididos pela submissão e nocaute dentro do MMA.
Nocaute no MMA é definido quando o adversário fica inconsciente. Pelas
características dos ataques, os atletas tem um enorme potencial de sofrerem lesões
graveis ou fatais na região cervical.
Para
a realização dos testes, foram usadas as quatro técnicas mais comuns de queda:
Goshi (Judô), Suplex (Jiu-Jitsu), Souplesse (uma variante do suplex) e Guilhotina.
Os
dados obtidos comprovam que há um grande risco de lesões cervicais neste
esporte, agravado pelo fato de não existirem muitas regras para os golpes.
Concluiu-se também, que os golpes Suplex e Souplesse são os mais propensos a
ocasionar lesões na região cervical.
RESUMO DAS EQUAÇÕES DE
MODELO BIOMECÂNICO E CINEMÁTICA
|
MANOBRA
|
VELOCIDADE
DA CONDUÇÃO
M/s2
|
FORÇA
NO PONTO DE IMPACTO (N)
|
TRANSFERÊNCIA
DE ENERGIA (J)
|
FORÇA
MOTRIZ NA CABEÇA (N)
|
OGOSHI
|
27,3
|
2566,2
|
2951
|
178,3
|
SUPLEX
|
30,3
|
2848,2
|
4414,7
|
197,9
|
SOUPLESSE
|
29,8
|
2801,2
|
3977,7
|
194,6
|
GUILHOTINA
|
13,1
|
1231,4
|
1354,5
|
85,5
|
Outro
estudo, publicado no Jornal de Ciências do Esporte e Medicina (2006) por
Gregory H. Bledsoe, Edbert B. Hsu, et. Al, trata sobre a Incidência de lesões em
lutadores de MMA que competiram de Setembro de 2001 a dezembro de 2004 em Nevada.
FREQUÊNCIA
DE LESÕES EM ATLETAS DE MMA CONCORRENTES EM NEVADA DE 2001 A 2004
|
LOCAL
DA LESÃO
|
NÚMERO
|
(%)
|
TAXA DE
FERIMENTOS POR 100 CONCORRENTES
|
LACERAÇÃO
FACIAL
|
46
|
47,9
|
13,45
|
OLHO
|
8
|
8,3
|
2,34
|
ORELHA
|
1
|
1,0
|
0,29
|
NARIZ
|
10
|
10,4
|
2,92
|
BOCA
|
0
|
0
|
0
|
MANDIBULA
|
1
|
1,0
|
0,29
|
PESCOÇO
|
1
|
1,0
|
0,29
|
OMBRO
|
5
|
5,2
|
1,46
|
BRAÇO
|
1
|
1,0
|
0,29
|
COTOVELO
|
2
|
2,1
|
0,58
|
MÃO
|
13
|
13,5
|
3,80
|
PEITO
|
0
|
0
|
0
|
ABDÔMEM
|
0
|
0
|
0
|
BACK
|
2
|
2,1
|
0,58
|
JOELHO
|
3
|
3,1
|
0,88
|
TORNOZELO
|
2
|
2,1
|
0,58
|
PÉ
|
1
|
1,0
|
0,29
|
Números
comprovam que o número de incidência de lesões é grande, no entanto vem
diminuindo, e sua redução se deve a uma maior atenção dada pelos árbitros durante
as lutas.
A
região da face é que recebe maior numero de ferimentos por luta, algo em torno
de 47,9%, e principal causa de tantos problemas futuros.
______________________________________________________
REFERÊNCIAS
Journal Of Sports Science anda Medicine (ISSN 1303-2968) (QUALIS A2)
"Incidence of Injury in Professional Mixed Martial Arts Competitions" (2006)
Gregory H. Bledsoe, Edbert B. Hsu, Jurek George Grabowski, Justin D. Brill and Guohua Li. - Páginas 136-41.
Bristish Journal Of Sports Medicine (ISSN 0306-3674) (QUALIS A1)
"Risk of cervical injuries in mixed martial arts" (2005)
T. Kochhar, D. L. Back, J. Skinner - Páginas 444-47.
A história do MMA, por F. Néko
www.mmabyneko.com.br