terça-feira, 29 de maio de 2012

Entrevista com Atleta de MMA


Atleta: Matheus Wendell Santi Scheffel
Idade: 19 anos
Há quanto tempo já treina: 8 anos
Frequência dos treinos: 2 vezes ao dia
Academia onde treina: Striker’s House
Competições e títulos: 3 vezes campeão brasileiro de Muay-Thai; 2 vezes vice-campeão paranaense de Jiu-Jitsu; 2 medalhas de prata no campeonato brasileiro de Wrestlling em 2012, sendo uma no estilo livre e uma no estilo Greco romano.
1-           O que o MMA representa para você?
“O MMA representa meu futuro, uma oportunidade de mudar de vida e ter uma melhor condição”.
2-           O que você acha da evolução do MMA como luta e como Show?
“A evolução do MMA foi de grande importância para os praticantes, pois hoje existem regras que deixam o esporte menos perigoso e melhor para seus praticantes; como show foi excelente, pois o MMA hoje é considerado esporte, coisa que antes não era, e os lutadores tem pelo que lutar, se tornou um dos maiores esportes e também um grande show”.
3-           Para você, o MMA perdeu o espírito de luto e focou mais a mídia, perdendo sua essência e se tornando entretenimento?
“Não, pois o MMA é uma luta, não tem como perder o espirito, logico que hoje tem muita mídia, mas isso acaba motivando mais o atleta na hora da luta.”
4-           Com relação ao grande número de lesões que ocorrem nesse esporte, como você vê esse risco? Isso te preocupa?
“As lesões ocorrem em qualquer esporte e em qualquer atividade, uma lesão de futebol é mais perigosa que uma lesão de MMA, pois as lesões de MMA são externas em sua grande maioria, mas acidentes acontecem”.
5-           No seu período de treinamento, como controla sua alimentação? Tem acompanhamento de profissional capacitado?
“No meu treinamento a minha alimentação é controlada, principalmente perto de competições que preciso perder peso”.
6-           Qual seu maior objetivo dentro do MMA?
“Ser um grande campeão, ser uma pessoa que motive as outras! Servir de exemplo para os outros.”
7-           De onde vem a sua motivação?
“A minha motivação vem da minha família, dos meus técnicos e colegas de treino, e também tentar ser igual aos meus ídolos”.
8-           No seu ponto de vista, o que ainda falta para você melhorar como atleta?
“É difícil dizer o que falta, pois, sempre tem o que melhorar, sempre vai ter alguém melhor em algum aspecto”.
9-           Existe algum atleta que você se espelha? Algum outro estilo de luta que te inspirou/influenciou a entrar no MMA?
“Tem vários atletas que me inspiram, como Wanderlei Silva, Mauricio Shogum, Junior Cigano. Na verdade comecei com o Muay-Thai, mas sempre visando entrar para o MMA”.
10-        Como você vê os métodos utilizados para perda rápida de peso? Você também utiliza?
“Os métodos não são muito bons para o corpo, pois você acaba perdendo muitos nutrientes, mas é mais vantajoso lutar em uma categoria abaixo”.

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AGRADECIMENTOS:

Gostaríamos de agradecer a participação do Atleta Matheus que se disponibilizou a colaborar com este trabalho, e parabenizá-lo pela sua história no MMA. Obrigado!

segunda-feira, 28 de maio de 2012


  • Fundamentos: Kihon
O kihon são movimentos de defesa e ataque praticados pelo karateca, na formação da estrutura básica da postura, bem como na execução de seus movimentos. Podem ser aplicados parado ou em movimento (andando).
São utilizados nomes em japonês que associados ao kihon definem o número de repetições dos movimentos. Por exemplo: gohon – são 5 repetições do kihon; kihon sanbon – são 3 repetições do kihon.
As técnicas básicas do Karatê são passadas principalmente através do kihon, seja os chutes, golpes e defesas, para você ser um bom karateka, você tem que fazer um kihon bem feito, pois ele vai dar base para se fazer um Kata bem feito e se sair bem em competições de Kumite. É no kihon que o karateka vai ganhar uma base forte e firme e também velocidade e força nos seus golpes.
Através do kihon, o karateka consegue atingir uma potencia muito forte, reflexo da velocidade com que executa os golpes, somente a força muscular não permitirá que a pessoa se sobressaia nas artes marciais, o poder do Kime (finalização) resulta da concentração de força máxima de força no momento de impacto, um golpe de um karateka bem treinado pode chegar a ter uma velocidade de 13 m/s e gerar uma força equivalente a 700 Kg.
No kihon também é treinado a movimentação em base com o movimento de quadris, essencial a um movimento bem feito. Os quadris estão localizados aproximadamente no centro do corpo humano, e o movimento deles exerce um papel crucial na execução de vários tipos de técnicas do karatê . Além de uma fonte de potência, os quadris constituem a base de um espírito estável, de uma forma correta e da manutenção de um bom equilíbrio. No Karatê aconselha-se freqüentemente a “golpear com os quadris”, “a chutar com os quadris” e a “bloquear com os quadris”.

BASES:

ARMAS:


DEFESAS:
PERNAS:

MÃOS:


  • KUMITÊ

    Kumitê é a aplicação prática dos golpes aprendidos em adversários reais.
    Quando realizamos o Kumitê, visamos desenvolver: Distância, velocidade, antecipação, controle e correta aplicação do ataque e defesa.

  • KATA
É a forma, representação de uma luta contra um adversário imaginário.
Os katas do estilo SHOTOKAN são:

  1. Heian Shodan (Primeiro kata da paz) com 21 movimentos;
  2. Heian Nidan, 26 movimentos;
  3. Heian Sandan, 20 movimentos;
  4. Heian Yondan, 27 movimentos;
  5. Heian Godan, 23 movimentos;
  6. Tekki-Shodan, 29 movimentos;
  7. Tekki-Nidan, 24 movimentos;
  8. Tekki-Sandan, 36 movimentos;
  9. Bassai-Dai, 42 movimentos;
  10. Kanku-Dai, 65 movimentos;
  11. Bassai-Sho, 28 movimentos;
  12. Kanku-Sho, 47 movimentos;
  13. Jin, 35 movimentos;
  14. Jion, 46 movimentos;
  15. Jutte, 29 movimentos;
  16. Sochin, 26 movimentos;
  17. Gojushiho-Dai, 54 movimentos;
  18. Gojushiho-Sho, 54 movimentos;
  19. Hanguetsu, 41 movimentos;
  20. Gankaku, 37 movimentos;
  21. Empi, 37 movimentos;
  22. Chinte, 33 movimentos;
  23. Unsu, 53 movimentos;
  24. Wankan, 17 movimentos;
  25. Meikyo, 32 movimentos;
  26. Niju-Shiho, 34 movimentos. 

Karatê


Karatê é uma palavra japonesa que significa "Mãos Vazias". É uma arte altamente científica, fazendo o mais eficaz uso de todas as partes do corpo para fins de auto-defesa. O maior objetivo do karate é a perfeição do caráter, através de árduo treinamento e rigorosa disciplina da mente e do corpo. O karate-ka (cultor de karate-do) utiliza como armas as mãos, os braços, as pernas, os pés, enfim, qualquer parte do corpo.Além de ser um excelente meio de auto-defesa, o karate também é um meio ideal de exercício. Ele desenvolve a força, a velocidade, a coordenação motora,o condicionamento físico e é reconhecido também por seus valores terapêuticos.


Elementos técnicos:



  • Saudação: Pode ser em pé ou sentado;
INICIO:

1- SEIZA = Sentar
2- MOKUSO = Meditar
3- MOKUSO YAME = Para de meditar
4- SHOMEN NI REI = Saudar a essencia infinita
5- SENSEI NI REI = Saudar o professor
6- KIRITSU = Levantar

        FIM:

1- SEIZA = Sentar
2- MOKUSO = Meditar
3- MOKUSO YAME = Parar de meditar
4- EI JO SHIM KORE KARATE DO NARI = Empenhemo-nos Esperitualmente nesta forma de karate

5- NICHINICHI NO KOKORO = Todos os dias de coração

6- OKOTARU BEKARAZU = Apreendamos disciplinadamente

7- SHOMEN NI REI = Saudar a essencia infinita
8- SENSEI NI REI = Saudar o Professor
9- DÔMÔ ARIGATO GOZAIMASU SENSEI = Muitissimo obrigado pelo treino sensei

10- KIRITSU = Levantar


MANDAMENTOS

Dojo Kun
HITOTSU - JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO
Primeiro. Esforçar-se para formação do caráter.

 HITOTSU - MAKOTO NO MICHI WO MAMORU KOTO
Primeiro. Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão.

 HITOTSU - DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU KOTO
Primeiro. Criar o intuito de esforço.

 HITOTSU - REIGI O OMONZURU KOTO
Primeiro. Respeito acima de tudo.

 HITOTSU - KEKKI NO YU O IMASHIMURU KOTO
Primeiro. Conter o espírito de agressão.

Quando você lê o Kun (mandamentos) provavelmente notará algo.
Cada linha começa com primeiro, porque? Por que não segundo,terceiroquarto e quinto?
O mestre Funakoshi entendia que nenhum item do Kun fosse mais importante que o outro. Por isso, cada item foi numerado como sendo o primeiro.


 
                                     Vocabulário          
  • DOJO - local onde se pratica uma arte marcial; academia.
  • KUN - mandamento; obrigação.
  • HITOTSU - um; uma unidade.
  • JINKAKU - caráter; personalidade.
  • KANSEI - formação; conclusão; término; acabamento.
  • TSUTOMURU - esforçar-se; empenhar-se; tentar arduamente.
  • MAKOTO - verdade; sinceridade; honestidade.
  • MICHI - caminho.
  • MAMORU - obedecer; respeitar; guardar; cumprir; defender.
  • DORYOKU - esforço; empenho.
  • SEISHIN - espírito; alma; vontade; intenção; mentalidade.
  • YASHINAU - alimentar; sustentar; manter; criar.
  • REIGI - etiqueta; cortesia; civilidade; boa educação; respeito.
  • OMONZURU - respeitar; ter muita consideração; apreciar; estimar; venerar; honrar.
  • KEKKI - impetuosidade; arrebatamento; violência.
  • YU - vigor; coragem.
  • IMASHIMURU - repreender; proibir; reprimir; conter.
  • KOTO - sufixo que transforma a expressão em uma ordem.
  • NI - para.
  • NO - de; do; da.
  • O (WO) - indica objeto direto.

Mixed Martial Arts



ORIGEM DO MMA

Mixed Martial Artes (Artes Marciais Misturadas), ou MMA como é popularmente conhecido, é um esporte de contato que surgiu a partir da vontade de se descobrir qual era a arte marcial mais efetiva. As suas regras permitem a utilização da mistura de diferentes artes marciais, incluindo socos, chutes e técnicas de grappling, tanto de pé quanto no solo.
Hoje, o MMA é um dos esportes que mais crescem, e isso se deve à maior organização de MMA do planeta, a Ultimate Fighting Championship (UFC), que realizou o primeiro evento de MMA moderno em 1993, e hoje já está avaliada em mais de 1 bilhão de dólares.

Uma das primeiras formas esportivas de luta desarmada com o mínimo de regras foi o pankration grego, introduzido nos Jogos Olímpicos de 648 a.C. onde várias cidades como Roma, receberam estátuas para homenagear os lutadores famosos desta modalidade.
Eventos de vale-tudo começaram a ocorrer a partir de 1800, onde lutadores dos mais variados estilos de lutas se reuniam para torneios e jogos em toda a Europa.
A arte marcial chamada de Bartitsu é uma forma antiga de MMA, fundada em Londres em 1899, combinando estilos asiáticos e europeus e que organizava eventos parecidos com o MMA moderno por toda a Inglaterra.
Na Europa, eram comuns eventos mistos de boxe VS jujútsu (como era conhecido o Jiu Jitsu) como uma forma de entretenimento popular, por volta de 1900, conhecidos como Merikan, que na gíria japonesa significava americanos lutando.
Os eventos de Merikan tinham uma variedade de regras incluindo decisão por pontos, melhor de três derrubadas ou knockdowns, e vitória por knockout (K.O) ou finalização (ato de aplicar um golpe que impeça o movimento do adversário, causando dor e ou levando a perda de consciência. Ao sofrer uma finalização o lutador geralmente “bate” a fim de avisar ao oponente que este se dá por vencido. Ao bater o lutador foi finalizado).
O Wrestling Profissional “morreu” após a Primeira Guerra Mundial e renasceu em duas formas diferentes: “shoot”, no qual os lutadores realmente lutavam, e “show”, no qual o espetáculo era mais importante. Deu origem aos eventos de wrestling atuais como WWF e etc.

Merchandising:  


NO BRASIL

As lutas de vale-tudo no Brasil começaram na década de 30 com os irmãos Carlos e Hélio Gracie. 

Praticantes e responsáveis pela disseminação do jiu-jitsu no país, desenvolveram o habito de desafiar mestres de outras artes márcias para lutas sem regras e limite de tempo como forma de provar a superioridade do jiu-jitsu sobre as outras artes, para chamar a atenção da população em geral para a prática dessa modalidade.

Esses duelos duraram muitos anos, por alunos graduados pela família Gracie. Pode-se dizer até certo ponto que a origem do vale-tudo se deu principalmente a partir da rivalidade entre jiu-jitsu e luta livre.

UFC
Foi uma ideia inicial de Rorion Gracie para promover o jiu-jitsu nos Estados Unidos, onde sua intenção era, na verdade, mostrar o jiu-jitsu como arte marcial mais dominante para atrair mais alunos.
Seu objetivo foi atingido, e ele venceu três das quatro primeiras edições do UFC. No entanto, problemas foram surgindo juntamente com as novas edições, tais como lutas com duração maior do que o tempo designado para o pay-per-view, impossibilitando assim os compradores de ver o fim da luta. Além disso, a brutalidade gerou reação negativa na sociedade norte-americana, sendo a sua exibição proibida em alguns estados.
O senador do Arizona John McCain foi um dos maiores combatentes do UFC, chegou a classificar o UFC como uma “briga de galo entre homens”. Ele conseguiu que o UFC fosse banido na maioria dos estados americanos, passando a ser um esporte do gueto, sustentado por fãs.
Com o surgimento do Pride no Japão, os lutadores passaram a ver melhores condições e partiram para o Japão, aonde as lutas são culturalmente valorizadas. Com isso, o futuro do UFC não parecia nada bom.
O renascimento do UFC iniciou com a regulamentação do esporte pela comissão atlética de New Jersey, abolindo o nome de vale-tudo e adotando MMA. Inseriram-se regras, e novos estados foram aderindo ao MMA. O primeiro evento sob as novas regras foi o UFC 28, em Atlantic City.
Entretanto, o Semaphore Entertainment Group estava enterrado em dívidas em razão do UFC e, pouco antes do UFC 30, vendeu a organização para a Zuffa LLC, empresa formada pelos irmãos Frank e Lorenzo Fertitta, donos de alguns cassinos em Lãs Vegas, e Dana White, amigo de adolescência dos Fertitta e até então empresário da maior estrela do UFC na época, o meio-pesado Tito Ortiz. Dana White também era empresário do futuro campeão e maior estrela do MMA mundial, o também meio-pesado Chuck Liddell.
Sob o comando da Zuffa, o UFC começou a realizar eventos em pay-per-view e, embora obtendo relativo sucesso se comparado a SEG, ainda assim não conseguia dar lucro aos proprietários. Os irmãos Fertitta, proprietários de 90% da marca, continuavam a colocar o próprio dinheiro no evento para mantê-lo funcionando. Isso ocorreu até o UFC 44, quando os gastos se tornaram grande demais e eles deram o aval para que Dana White, então presidente do UFC e com apenas 10% das ações, procurasse um comprador para o evento.
Dana White procurou alguns compradores para o UFC, mas sem nenhum sucesso. Então, resolveram dar uma última cartada e apostar em um reality show chamado The Ultimate Fighter, em parceria com o canal americano Spike TV.
Basicamente, o reality show consistia em colocar 16 lutadores de duas categorias de peso diferentes que se enfrentariam até que um campeão fosse obtido em cada categoria. Os campeões seriam então premiados com um contrato com o UFC num valor superior a US$ 100.000,00.
A transmissão das lutas finais se deu em 9 de abril de 2005. Diego Sanchez se sagrou o campeão dos pesos médios, mas a grande surpresa da noite ainda estava por vir. Em uma luta absolutamente franca e emocionante, Forrest Griffin e Stephan Bonnar deram um grande show de raça e trocaram golpes nos três rounds, com Forrest Griffin se sagrando o campeão.
Tamanha a disposição mostrada pelos lutadores, o UFC resolveu premiar ambos com um contrato. Como foi transmitida gratuitamente pela Spike TV, a luta conseguiu audiência nunca antes atingida pelo UFC, aumentando imediatamente o interesse pelo esporte nos Estados Unidos. Dana White e os irmãos Fertitta até hoje definem a primeira luta entre Forrest Griffin e Stephan Bonnar como a luta que salvou o UFC da falência.
O esporte atingiu um novo pico de popularidade na América do Norte em 2006 quando foi realizado o rematch
entre o então campeão Chuck Liddell e o ex-campeão Tito Ortiz. O lucro das vendas do PPV da luta rivalizou os maiores eventos de boxe de todos os tempos. Em 2007, a Zuffa LLC, os proprietários do UFC, compraram o rival japonês PRIDE, fundindo os lutadores contratados sob uma única organização.






PRIDE FC
Surgiu em 1997 no Japão, depois do sucesso internacional do UFC, com uma nova estrutura e uma proposta diferente, contando com o apoio dos fãs japoneses. Seu preceito básico era aceitar qualquer arte marcial praticada em qualquer escola de lutas do mundo, tentando transformar a luta em um esporte reconhecido e organizado.

Os japoneses criaram uma estrutura gigante em ginásios do país para abrigar os eventos do Pride, tornando-se a utilização de ringues normais uma grande diferença com o UFC, que utiliza o octógon.
Assim como o UFC, o Pride se internacionalizou, e foi no seu ringue que grandes lutadores brasileiros fizeram seus nomes: Wanderlei Silva, Rodrigo Minotauro, Rickson Gracie, etc.
Os organizadores do Pride investiram em regras para possibilitar lutas mais justas, onde apenas força e técnica contam.
Um dos campeonatos realizados pela Pride em 2002 e reuniu mais de 91 mil pessoas no estádio Tokyo National Stadium.
No dia 08 de Abril de 2007, foi travado uma luta entre UFC e Pride, por Monson e Fujita respectivamente, onde Fujita foi abatido no ringue montado no Saitama Super Arena, no Japão. Essa luta retrata a derrota da Pride Japonesa para o UFC Americano, tanto que o marketing da luta girou em torno do duelo das duas maiores promotoras de vale tudo do mundo.
Após o ocorrido, não demorou muito para a Pride ser comprada pela UFC por US$ 70 milhões de dólares. O presidente da UFC comprou a Pride com a promessa de continuar a tocar o evento, no entanto isso nunca aconteceu.




REGRAS
1.    Rounds
Cada round deve ter cinco minutos de duração, com um minuto de intervalo para descanso entre eles. Lutas por títulos podem ser sancionadas para cinco rounds, mas lutas comuns não devem exceder o total de três rounds. Esta regra vale tanto para lutas masculinas como femininas.
Obs.: A partir do segundo semestre de 2011, lutas de cinco rounds sem disputa de cinturão passaram a ser aceitas. O movimento começou nas lutas principais do UFC a partir da edição 138.

2.    Trajes
Os competidores devem lutar trajando shorts aprovados, sem nenhum tipo de calçado. Tornozeleiras e joelheiras são permitidas. Camisetas, rashguards, camisas de quimono ou calças de qualquer espécie (inclusive de quimonos) não são permitidas.
Os lutadores devem utilizar luvas leves (de 4 a 6 onças), que deixam os dedos livres. As luvas devem ser novas e entregues em perfeitas condições pelo promotor do evento e aprovadas pela Comissão Atlética local, ou serão substituídas. Nenhum competidor pode usar suas próprias luvas.
Em todas as categorias de peso as bandagens das mãos dos competidores devem ser restritas a gazes leves, com no máximo 15 jardas (13,7m) de comprimento por 2 polegadas (5cm) de largura, afixada por esparadrapo cirúrgico de, no máximo, 10 pés (3m) por uma polegada (2,5cm) de largura, para cada mão. As bandagens devem ser postas no vestiário, na presença de um inspetor e do cornerman chefe do oponente. Sob nenhuma circunstância as luvas de um lutador podem ser colocadas antes de receber aprovação do inspetor.
Todos os competidores devem usar protetor bucal durante as lutas. O aparato será inspecionado e aprovado pelo médico presente ao evento. Um round não pode começar sem o protetor no lugar. Se o protetor cair involuntariamente, o árbitro deve pedir tempo, limpá-lo e reinseri-lo na boca do competidor que a perdeu no primeiro momento oportuno, sem interferir na ação imediata.
Lutadores devem usar protetor genital (coquilha), de tipo aprovado pelo comissário presente. Lutadoras são proibidas de usar protetor genital. Elas devem usar protetor de seios, igualmente aprovados pelo comissário.
Jóias ou piercings são proibidos durante um combate.
Árbitros ou inspetores das comissões devem verificar o comprimento de todas as unhas dos lutadores antes de um combate.
3.    Equipamentos
Em cada luta o organizador deve fornecer um balde limpo e uma garrafa de plástico limpa para água para cada corner.
Um banco aprovado pelo comissário presente deve ser fornecido para cada competidor. Um número apropriados de bancos ou cadeiras, aprovados pelo comissário, devem ser fornecidos em números suficientes para cada cornermen de cada lutador e devem ser posicionadas próximas ao corner do lutador. Os bancos e cadeiras devem ser limpos ou substituídos após cada luta.
Depois da polêmica gerada na luta entre Georges St-Pierre e BJ Penn no UFC 94, a ABC Boxing proibiu o uso de gordura corporal externa, géis, bálsamos, loções, óleos ou quaisquer outras substâncias a serem aplicadas aos cabelos, corpo ou face dos atletas. Isto inclui o uso excessivo de água para tornar o atleta escorregadio. No entanto a vaselina deve ser aplicada apenas na face, do lado de fora do ringue ou cage, na presença de um inspetor, árbitro ou pessoa designada pela comissão atlética.
O atleta que aplicar qualquer coisa diferente de vaselina nos modos citados acima poderá ter um ponto descontado ou ficar sujeito à derrota por desclassificação.

4.    Arbitragem e critérios de julgamento
O árbitro e o médico do evento são os únicos indivíduos que podem interromper uma luta e únicos autorizados a entrar na área de combate a qualquer momento.
Os juízes devem avaliar as técnicas dos competidores, como trocações efetivas (número total de golpes lançados por um competidor e a contundência deles), agarramentos efetivos(quantidade de quedas e reversões com sucesso executadas por um competidor, por exemplo, queda da posição em pé para a montada ou guardas ativas para os lutadores que atuam na guarda), controle da área de luta (julgamento de quem está controlando ritmo e posição da luta, por exemplo, com tentativas de quedas para forçar a luta no chão, passagem de guarda para conseguir posição de montada, impedir uma tentativa de queda permanecendo em pé e usando trocação legal, e avaliação da criação de oportunidades para golpear o adversário),agressividade efetiva (lutar se movendo em direção ao oponente e disparando golpes legais) e defesa (evitar ser quedado, atingido por trocação ou raspado). A ordem colocada anteriormente define o peso de cada feito avaliado. Se uma luta passa maior parte do tempo de um round no chão, os dois primeiros itens (trocações e agarramentos efetivos) são invertidos na prioridade.
O sistema de 10 pontos por round deve ser adotado em todas as lutas. Três juízes marcam o placar em cada round, quando o vencedor daquele round leva 10 pontos e o perdedor, 9 ou menos. Caso um juiz considere que um round terminou empatado (nenhum lutador claramente obteve vantagem), deve atribuir 10 pontos para cada lutador.
Um round deve ser apontado como 10-9 quando um lutador domina o adversário por pequena margem, utilizando técnicas de trocação ou luta agarrada. Um 10-8 deve ser apontado quando um lutador domina o adversário de modo esmagador, utilizando técnicas de trocação ou luta agarrada. Já o 10-7 deve ser apontado quando um lutador domina completamente o adversário, utilizando técnicas de trocação ou luta agarrada.
Em New Jersey o placar mínimo que um lutador pode receber num round é 7. Em outros locais este valor pode mudar.
A ABC Boxing recomenda que as comissões atléticas promovam cursos de preparação e reciclagem de árbitros centrais e juízes laterais. Os materiais dos cursos devem ser enviados à ABC Boxing para aprovação prévia. O documento de revisão das Regras Unificadas determina ainda que devem ser abordados nos cursos os critérios para julgar um round como 10-8, bem como apontar um empate em 10-10.

5.    Técnicas permitidas
São permitidos golpes com o cotovelo, exceto se forem aplicados de cima para baixo. Aperfeiçoamentos das regras unificadas atualmente permitem qualquer tipo de ataque com cotovelos, exceto nas áreas do corpo cujo contato não é permitido.
Golpes que atingem a orelha são aceitos.

6.    Advertências
As seguintes manobras são passíveis de advertência pelo árbitro do combate. Se um competidor insistir com a infração, a advertência vira punição, que pode ser perda de ponto até desclassificação.
Ø  Segurar ou se pendurar nas cordas ou grades;
Ø  Segurar as luvas ou shorts do oponente;
Ø  Presença de mais de um cornerman no perímetro da área de luta.

7.    Faltas
São consideradas faltas no MMA:
Ø  Dar cabeçada no adversário;
Ø  Colocar o dedo no olho do adversário;
Ø  Morder ou cuspir no adversário;
Ø  Puxar os cabelos do adversário;
Ø  Agarrar o adversário pela boca;
Ø  Atacar a região genital do oponente;
Ø  Intencionalmente colocar um dedo em qualquer orifício do oponente;
Ø  Golpear com o cotovelo de cima para baixo;
Ø  Manipular juntas pequenas;
Ø  Golpear a espinha ou parte de trás da cabeça do oponente (até o topo da orelha e o ápice da coroa);
Ø  Golpear os rins com os calcanhares;
Ø  Qualquer golpe à garganta;
Ø  Agarrar, beliscar, torcer a pele ou carne;
Ø  Agarrar a clavícula;
Ø  Chutar a cabeça de um adversário caído;
Ø  Aplicar joelhadas na cabeça de um adversário caído;
Ø  Pisar em um adversário caído;
Ø  Utilizar linguagem abusiva no ringue ou octógono;
Ø  Utilizar conduta antidesportiva que possa machucar o adversário;
Ø  Atacar um oponente no intervalo;
Ø  Atacar um oponente quando este está sob cuidados do árbitro;
Ø  Timidez (evitar contato, intencionalmente derrubar o protetor bucal ou simular contusão);
Ø  Interferência de um cornerman;
Ø  Arremessar um oponente para fora da área de luta;
Ø  Desrespeitar as instruções dadas pelo árbitro;
Ø   Arremessar o adversário contra a lona sobre a cabeça ou coluna dele (bate-estaca);
Uma falta resulta em dedução de um ponto na contagem oficial dos juízes. Apenas o árbitro pode apontar uma falta. Se o árbitro não indicar uma falta (interromper a luta, verificar a condição do competidor que sofreu a infração e notificar verbalmente aos cornermen e juízes), um juiz não pode levar o fato em consideração ao apontar o placar do round. Um competidor que sofreu uma falta tem até cinco minutos para se recuperar. Um competidor é desclassificado ao cometer três das faltas acima ou se o árbitro julgar que pelo menos uma delas foi feita intencionalmente e de modo flagrante.

8.    Contusões obtidas durante o combate
Se uma contusão sofrida por manobra legal for severa o suficiente para encerrar a luta, o competidor machucado perde por nocaute técnico.
Se a contusão for sofrida por manobra ilegal (um dos fatores do item 7) e severa o suficiente para encerrar a luta, o competidor que causou a contusão perde por desclassificação.
Se uma contusão for sofrida por manobra ilegal mas a luta prossegue, o árbitro avisa aos juízes que descontem um ponto do infrator.
Se uma contusão sofrida por manobra ilegal acidental for severa demais e causar a interrupção da luta pelo árbitro, a luta deve resultar em no contest se for interrompida antes de completar dois rounds disputados (em lutas de 3) ou antes de completados três rounds (em lutas de 5). Após este limite, o placar dos juízes até o momento definirá o vencedor por decisão técnica.
Não existe pontuação em um round não terminado, apenas dedução de pontos decorrentes de infrações.

9.    Tipos de resultados de uma luta
Uma luta pode ter apenas um dos seguintes tipos de resultados:
Ø  Submissão (finalização):
Por Desistência: quando um lutador usa sua mão para indicar que não deseja mais continuar
Por Desistência verbal: quando um lutador anuncia verbalmente que não deseja mais continuar
Ø  Submissão técnica: quando o árbitro interrompe a luta mesmo sem que o derrotado tenha indicado desejo de parar (utilizado normalmente em casos de desfalecimento)
Ø  Nocaute técnico:
Por interrupção da luta pelo árbitro
Por interrupção da luta pelo médico (quando uma contusão causada por manobra legal for severa demais, suficiente para interromper a luta).
Ø  Decisão:
Unânime, quando os três juízes apontam o mesmo vencedor ao final dos rounds regulamentares
Dividida, quando dois juízes apontam um lutador como vencedor e o terceiro juiz aponta o outro lutador como vencedor
Majoritária, quando dois juízes apontam um lutador como vencedor e o terceiro juiz aponta empate
Ø  Empate:
Unânime, quando os três juízes indicam empate ao final dos rounds regulamentares
Majoritário, quando dois juízes indicam empate e o terceiro aponta um vencedor
Dividido, quando todos os juízes indicam resultados diferentes que somam empate
Técnico, quando os dois lutadores se machucam e não conseguem prosseguir no combate (casos de nocaute duplo)
Desclassificação, conforme explicado no item 8.
No contest, conforme explicado no item 8.

10. Condutas gerais
Os lutadores serão submetidos a exames de controle de doping por esteróides ou outra substância ilegal qualquer.

11. Requerimentos da NJAC
Os lutadores devem ser licenciados pela NJAC, sujeitos aos critérios de licenciamento da mesma. As taxas de licenciamento são definidas pela NJAC.
Todos os eventos de MMA estão sujeitos à presença de inspetores da NJAC.
Todos os eventos de MMA devem atender aos procedimentos médicos definidos pela NJAC, devem fornecer equipamentos médicos e facilidades de emergência, conforme definição da NJAC, além de atender aos requerimentos de seguros definidos pela NJAC.

12. Pesagem e Categorias de pesos
As pesagens devem obedecer aos critérios definidos pela NJAC para os lutadores profissionais. Foram definidas as seguintes categorias de peso, com seus respectivos limites:
Peso mosca (flyweight), abaixo de 57kg (125,9 libras)
Peso galo (bantamweight), entre 57,1kg (126lbs) até 61,1kg (134,9lbs)
Peso pena (featherweight), entre 61,2kg (135lbs) até 65,7kg (144,9lbs)
Peso leve (lightweight), entre 65,8kg (145lbs) até 70,2kg (154,9lbs)
Peso meio-médio (welterweight), entre 70,3kg (155lbs) até 77kg (169,9lbs)
Peso médio (middleweight), entre 77,1kg (170lbs) até 83,7kg (184,9lbs)
Peso meio-pesado (light heavyweight), entre 84kg (185lbs) até 92,9kg (204,9lbs)
Peso pesado (heavyweight), entre 93kg (205lbs) até 120,1kg (264,9lbs)
Peso superpesado (super heavyweight), acima de 120,2kg (265lbs)
Apesar de não constar oficialmente nas regras, as comissões atléticas permitem, com anuência da ABC Boxing, tolerância de uma libra (cerca de 450g) acima do limite estabelecido da categoria em lutas que não valem cinturão, desde que esteja literalmente definido no contrato assinado pelos atletas.
As comissões também podem sancionar lutas em pesos combinados (catchweight). Não existe limite para estes pesos combinados, que são analisados de acordo com cada situação. As entidades também precisam divulgar aos promotores qual a maior diferença de peso tolerável entre dois adversários para cada categoria de peso.


OS RISCOS DENTRO DO ESPORTE

Segundo artigo publicado por T. Kochhar, D. Voltar L, B. Mann, J. Skinner (2004,  British Journal Of Sports Medicine), a maioria dos ataques são geralmente decididos pela submissão e nocaute dentro do MMA. Nocaute no MMA é definido quando o adversário fica inconsciente. Pelas características dos ataques, os atletas tem um enorme potencial de sofrerem lesões graveis ou fatais na região cervical.
Para a realização dos testes, foram usadas as quatro técnicas mais comuns de queda: Goshi (Judô), Suplex (Jiu-Jitsu), Souplesse (uma variante do suplex) e Guilhotina.
Os dados obtidos comprovam que há um grande risco de lesões cervicais neste esporte, agravado pelo fato de não existirem muitas regras para os golpes. Concluiu-se também, que os golpes Suplex e Souplesse são os mais propensos a ocasionar lesões na região cervical.



RESUMO DAS EQUAÇÕES DE MODELO BIOMECÂNICO E CINEMÁTICA
MANOBRA
VELOCIDADE DA CONDUÇÃO
M/s2
FORÇA NO PONTO DE IMPACTO (N)
TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA (J)
FORÇA MOTRIZ NA CABEÇA (N)
OGOSHI
27,3
2566,2
2951
178,3
SUPLEX
30,3
2848,2
4414,7
197,9
SOUPLESSE
29,8
2801,2
3977,7
194,6
GUILHOTINA
13,1
1231,4
1354,5
85,5

Outro estudo, publicado no Jornal de Ciências do Esporte e Medicina (2006) por Gregory H. Bledsoe, Edbert B. Hsu, et. Al, trata sobre a Incidência de lesões em lutadores de MMA que competiram de Setembro de 2001 a dezembro de 2004 em Nevada.

FREQUÊNCIA DE LESÕES EM ATLETAS DE MMA CONCORRENTES EM NEVADA DE 2001 A 2004
LOCAL DA LESÃO
NÚMERO
(%)
TAXA DE FERIMENTOS POR 100 CONCORRENTES
LACERAÇÃO FACIAL
46
47,9
13,45
OLHO
8
8,3
2,34
ORELHA
1
1,0
0,29
NARIZ
10
10,4
2,92
BOCA
0
0
0
MANDIBULA
1
1,0
0,29
PESCOÇO
1
1,0
0,29
OMBRO
5
5,2
1,46
BRAÇO
1
1,0
0,29
COTOVELO
2
2,1
0,58
MÃO
13
13,5
3,80
PEITO
0
0
0
ABDÔMEM
0
0
0
BACK
2
2,1
0,58
JOELHO
3
3,1
0,88
TORNOZELO
2
2,1
0,58
1
1,0
0,29



Números comprovam que o número de incidência de lesões é grande, no entanto vem diminuindo, e sua redução se deve a uma maior atenção dada pelos árbitros durante as lutas.
A região da face é que recebe maior numero de ferimentos por luta, algo em torno de 47,9%, e principal causa de tantos problemas futuros.






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REFERÊNCIAS

Journal Of Sports Science anda Medicine (ISSN 1303-2968) (QUALIS A2)
"Incidence of Injury in Professional Mixed Martial Arts Competitions" (2006)
Gregory H. Bledsoe, Edbert B. Hsu, Jurek George Grabowski, Justin D. Brill and Guohua Li. - Páginas 136-41.

Bristish Journal Of Sports Medicine (ISSN 0306-3674) (QUALIS A1)
"Risk of cervical injuries in mixed martial arts" (2005)
T. Kochhar, D. L. Back, J. Skinner - Páginas 444-47.

A história do MMA, por F. Néko
www.mmabyneko.com.br